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domingo, 16 de março de 2014

Uma Visão diferente da Árvore da Vida

*Texto retirado do site http://www.deldebbio.com.br/



Olá crianças,
Acredito que nesta altura do Campeonato a imensa maioria de vocês já sabe como foi o meu trajeto dentro da Magia e do Hermetismo. Comecei como arquiteto especializado em História da Arte, Semiótica e Religiões comparadas mas, ao me aprofundar no estudo das artes medievais e renascentistas, esbarrei na Cabalá judaica, ou mais especificamente, na versão cristã/alquímica do estudo desta simbologia, que conhecemos por Alquimia e Tarot. A partir daí me aprofundei na Kabbalah Hermética, Maçonaria, Rosacruz e Martinismo e, inevitavelmente, trombei com a famosa imagem da “Árvore da Vida”.

A ´”Arvore da Vida” é um diagrama composto de 10 Esferas e 22 Caminhos que perfazem um Mapa da Consciência Humana. A Estrutura é genial fractal que comporta basicamente TUDO o que existe em termos de arte, pensamento, emoção e arquétipos, de maneira que não há uma única história, medieval ou moderna, que não trilhe nos Caminhos do que Joseph Campbell chamou de “A Jornada do Herói”.
Ao contrário da maioria dos estudiosos de Kabbalah, eu não comecei pela Cabalá. Eu já tinha uma bagagem enorme de conhecimento sobre a Arte renascentista, deuses, construção de templos e ordens iniciáticas antes de começar. Sem falar da Umbanda. Então, de certa forma, nunca me senti muito à vontade com a limitação nos 22 Caminhos tradicionais, embora eles sejam perfeitos para compreender todo o processo da Magia ocidental. Mas talvez chegou o momento de dar um passo a mais nesse processo.

Tomando as Esferas como emanação, imaginemos que a Sephira 3 (agora nomeada 3-3) seja uma concentração desta Vibração. Ela já nos é conhecida e seu nome, em hebraico, é BINAH. Esta nomenclatura provisória entende que a emanação começa em 3 e termina em 3, daí manifestando-se como uma esfera, acumulando estas emanações como fonte geradora. Desta maneira, cada sephira “pura” que conhecemos ficaria com nomenclatura parecida: 1-1, 2-2, 3-3 e assim por diante, até 10-10.

A seguir, podemos deslocar esta influência vibracional para qualquer outra Esfera (note que, na minha nova proposta, QUALQUER Esfera, não apenas as tradicionais que conhecemos no tarot). Mas para fins de exposição, vamos supor que estamos mesclando esta vibração para a Esfera 1-1 (Kether). Temos ai, a figura do tarot do MAGO, correspondente a BEIT, a “Casa de Deus”, com uma maior influência de Binah.
Uma nomenclatura interessante que propus seria chamar este Caminho de 1-3 (as esferas que formam a linha, da menor para a maior… simples assim). Na Kabbalah são consideradas apenas 22 Caminhos, correspondentes às letras hebraicas, mas já percebemos na Umbanda que existem entidades trabalhando em MUITAS OUTRAS linhas. Um exemplo simples seria a emanação de Ogum-Beira-Mar, que trafega entre Geburah e Yesod (não existe formalmente este Caminho da Kabbalah).

No nosso exemplo, ao deslocarmos nossa atenção por esta irradiação, podemos ter um Caminho de BEIT mais voltado para a manifestação divina, com uma visão de Mago muito mais próxima de um criador onipotente. Isso é importante porque percebemos que, apesar das emanações de trabalho serem as mesmas, as ENTIDADES podem se manifestar sob LINHAS de trabalho diferentes (caboclo, erê, boiadeiro, marinheiro, baiano…). Então defini um terceiro vértice do triângulo, que na Geometria Sagrada chamamos de “Emanador”.

O Importante a ser percebido é que, quando deslocamos esta irradiação primordial sobre o Caminho de BEIT, perfazemos um mesmo PLANO se considerarmos a Árvore 3D. Este plano consiste de todas aquelas faixas de vibração que nos são perceptíveis como sendo “O Mago” no tarot. Ou a composição do NOME daquela falange de trabalho.

Desta maneira, como percebemos ao estudar os anjos Cabalísticos e, principalmente, as Entidades que se manifestam em Terreiros de Umbanda dentro de uma Linha de Trabalho, conseguimos ampliar um pouco mais nossa percepção de Geometria Magística e vemos que é possível ter uma fonte de irradiação vinda de outra Esfera (digamos, Tiferet) que poderia também cruzar esta irradiação 1-3. O resultado seria nossa percepção que no Plano 2D forma uma linha e, no Plano de 4D (tempo e espaço cultural) forma um Arquétipo. Isso poderia explicar a evolução e modificação de todos os arquétipos ao longo do tempo-espaço-cultural das diversas civilizações (e também personagens de livros, filmes e histórias épicas) e ajudar na correlação e entendimento das diversas vertentes de Umbanda, que muitas vezes utiliza nomenclatura diferentes para as mesmas emanações (digamos: [6]-1-3). Podemos renomear BINAH para [3]-3-3 também.
Esta idéia ainda está em desenvolvimento e provavelmente vou arrumar confusão com o povo mais dogmático e limitado, mas acredito que seja uma boa base para avançarmos em alguns pontos de compreensão sobre como estas emanações se manifestam. Porque, para mim, Magia sempre foi ciência e é necessário avançar sempre, derrubando fórmulas obsoletas e corrigindo tradições que sejam limitadas

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